Marko Brajovic assina projeto de arquitetura de laboratórios na Amazônia

Capacitar comunidades e treiná-las para produzir chocolates, manteiga de cacau ou polpa de cupuaçu liofilizada faz parte do projeto inovador Amazônia 4.0, realizado dentro da floresta Amazônica, e assinado pelo arquiteto Marko Brajovic. Acompanhe o papo com um dos nomes mais importantes da arquitetura sobre o LCA – Laboratório Criativo da Amazônia.

Atelier Marko Brajovic | Architectural Association Visiting School Amazon
O Laboratório Criativo da Amazônia faz parte do projeto Amazônia 4.0 que parte do aprimoramento da 4ª Revolução Industrial trazendo a bioeconomia como um ponto principal de uma economia regenerativa de uma floresta em pé. O principal objetivo é capacitar comunidades amazônicas com o objetivo de valorizar a floresta e seus povos, podendo demonstrar que existe uma riqueza de nutrientes, recursos e possibilidades na floresta, mas que, para isso, ela precisa se manter ‘viva’.
Segundo o arquiteto Marko Brajovic, que assina a arquitetura que vai abrigar, a partir de 2022, todos os processos de capacitação dentro da floresta, umas das inspirações para a confecção da estrutura do LCA foi o próprio cacau. Brajovic conta que a infraestrutura precisava fornecer os ambientes abrigados necessários para cumprir todo o processo de capacitação, por isso, o LCA é composto por seis módulos: Casa de Fermentação, Estufa e Secagem Solar, Laboratórios de Produção (Biofábrica), Oficina de Modelagem 3D, Plenária e Centro de Comunicação e Energia. O módulo Laboratório de Produção concentra os equipamentos e tecnologias que produzem os produtos da cadeia e terá 3 ambientes fechados e conjugados; quente normal, quente asséptica e refrigerada asséptica.

Comunidades e o processo de capacitação
Vivian Fernandes, da Coordenação de Projetos Amazônia 4.0, conta que no projeto do Laboratório Criativo da Amazônia para a cadeia produtiva de cupuaçu e cacau serão trabalhadas quatro comunidades no estado do Pará, sendo duas comunidades na região de Belém: Ribeirinhos do Rio Acará – eles são produtores tradicionais comunitários de cacau, hábeis nos processos de fermentação, para produção de chocolate fino; Quilombo Moju Miri, na região de Moju – são agrosilvicultores, produzem e comercializam frutos de cacau in natura e amêndoas fermentadas e secas.
As outras comunidades são na região de Santarém: moradores de Reserva Extrativista da Comunidade Surucuá – área legalmente protegida com abundância de recursos naturais e escassez de recursos econômicos e que possui a maior produção de cupuaçu; Associação de Mulheres Produtoras Rurais de Belterra: Amabela – trabalham com algumas cadeias produtivas, entre elas cacau e cupuaçu, com a produção de Cupulates, que é um dos produtos originais fabricados pela associação de mulheres.
“As capacitações ocorrerão nas comunidades, adaptando sempre às necessidades de horário e disponibilidade das próprias comunidades”, pontua Vivian.

Inteligência Artificial e Quarta Revolução Industrial
Para operar essa inovadora transformação foi idealizada a iniciativa Amazônia 4.0 pelo pesquisador dr. Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da USP, visando agregar as potencialidades econômicas da sociobiodiversidade Amazônica às novas tecnologias e possibilidades que emergem da Quarta Revolução Industrial. Diz respeito à ampla utilização de tecnologias modernas desta revolução industrial em curso à junção de tecnologias digitais, biotecnologias e ciências dos materiais.
A funcionalidade da inteligência artificial da Revolução 4.0, no caso da Amazônia 4.0, se dá justamente porque o projeto entra na inteligência regenerativa e produtiva na floresta e dos povos das florestas que entendem desses processos. Tal diferencial impulsiona os “ecossistemas de inovação”, as associações planejadas de (1) conhecimento avançado, tanto científico quanto tradicional, (2) novos tipos de negócios e consumidores e (3) novas formas de produção e equipamentos inteligentes, trazidos pela Quarta Revolução Industrial.







