
Os revestimentos queridinhos brasileiros

Presentes na maioria das construções do país, seja no piso, nas paredes, nos móveis e até em obras de arte, os revestimentos cerâmicos chegaram ao Brasil Colônia encomendados de Portugal para decorar a casa dos mais ricos e as igrejas com paisagens, cenas bíblicas e do cotidiano lisboeta. Três séculos depois, o material se popularizou de tal maneira que colocou o mercado brasileiro na terceira posição mundial em fabricação e consumo, segundo a Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres).
O clima tropical, uma ampla costa litorânea, hábitos de limpeza, a relação custo-benefício e o avanço da indústria, ajudaram a popularizar os revestimentos cerâmicos no Brasil. Mas, segundo Amanda Andrade Nem, consultora de engenharia e sustentabilidade do CCB (Centro Cerâmico Brasileiro), também há outros fatores. “A alta durabilidade, muito valorizada pelo consumidor que preza por investimentos sustentáveis e duradouros e a tradição cultural são outros dois grandes diferenciais que expandiram o uso do produto por aqui”, afirma Amanda, que representa a entidade cujo objetivo é desenvolver e implementar técnicas e certificar a qualidade dos produtos cerâmicos.
A tendência e o que não sai de moda
Tradicionalmente utilizados em áreas molhadas da casa, como cozinha, banheiros, lavanderia, jardim e área de churrasqueira, os produtos vêm ganhando espaço também em outros ambientes. “Vejo uma mudança acontecendo no Brasil no sentido de aplicar revestimentos cerâmicos em cabeceiras de camas e como destaque em paredes de salas. Saber mesclar produtos com diferentes texturas traz resultados surpreendentes para este tipo de utilização”, afirma Lilian Santos, especialista em revestimentos e CEO do portal Revestindo a Casa.
Apesar de moda e tendência terem maior influência na escolha de peças para casas – e a indústria oferecer uma ampla gama de designs diferenciados –, os produtos neutros estão sempre em alta, especialmente em prédios de apartamentos, onde são escolhidos pelas construtoras por terem mais apelo para atender ao gosto do maior número possível de clientes, evitando-se, assim, a troca quando as chaves são entregues.
Há ainda a utilização em projetos comerciais onde diferentes tipos de revestimentos são utilizados para atender tanto à especificações técnicas de órgãos como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), quanto a proposta estética do design de interiores.
Nem melhor nem pior
Na hora de escolher o produto correto é preciso saber as necessidades de cada ambiente, de acordo com a utilização que terá. Entre os diferentes revestimentos cerâmicos, os porcelanatos atendem a uma classificação mais rigorosa, tendo uma resistência maior.
Isso significa que existe um diferença de qualidade entre os porcelanatos e a cerâmica? Absolutamente, não. Cada um deles atende à especificações que dependem do uso que cada espaço terá, por isso, é importante estar atento tanto às orientações do arquiteto quanto à especificação do fabricante no que diz respeito à utilização do produto. Seguindo esse passo a passo, o sucesso do projeto é garantido, sem prejuízo à fama de queridinho que os revestimentos cerâmicos ostentam há séculos.